lunes, 7 de julio de 2008

El tiempo no para

Es una canción que me sacude cada vez que la escucho. Es el primer tema del primer disco de la Bersuit. Me pasa como cuando leí El Eternauta: me encontré con un reflejo y a su vez una premonición de la realidad política y social de nuestro país, una realidad de esquilme despiadado de una clase social sobre otra. El ayer, el hoy y el mañana, en unos cuantos cuadritos o versos donde se sugiere que el conflicto siempre está, siempre estuvo y estará, no se puede evitar ni se puede vencer al enemigo, porque la mayoría desconoce quién es éste último. Al final me quedo pensando si no estamos haciendo parte, como piezas o como meros visitantes, del museo de grandes novedades que nos toca vivir. Transcribo la versión original, del talentoso Cazuza, a colación del aniversario 18 de su muerte.

Disparo contra o sol,
sou forte sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
cansado de correr na direção contrária
Sem pódio de chegada
ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não,
eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta...
A sua piscina tá cheia de ratos
Suas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára
não, não pára
Eu não tenho data prá comemorar
Às vezes meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Mas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Nos chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam um país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro...
A sua piscina tá cheia de ratos
A suas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára,
não pára não, não pára

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